Sapo Mocambique
Renato Costa
Mimae a nova
promessa da música nacional é uma jovem simpática, simples, alguém sempre
sorridente. Antes da música, em criança sonhava com a moda e em ser estilista.
Adora fazer make up e gosta de cuidar da sua beleza.
Do estúdio passou para os palcos a fazer coros com a Jutty, Valdemiro José e
alguns músicos internacionais como o cabo-verdiano Grace Évora. Durante dois
anos, Mimae fez parte de uma banda do Big Brother Entretenimento e ainda foi
corista num reality show.
A oportunidade de brilhar aconteceu em 2010, quando surgiu o convite para
participar no álbum da Gpro, onde gravou duas músicas, uma com G2 e outra com
Duas Caras.
SAPO: Ser cantora era um sonho de criança?
Mimae: Sim, sempre sonhei em ser cantora. Em casa cantava quando fazia os
trabalhos domésticos ou quando estudava, adorava cantar. Nem sabia que tinha
este dom.
SAPO: Como começou a sua carreira na música?
Mimae: A minha carreira começou quando um vizinho ouviu-me a cantar e
disse-me que tinha uma boa voz e convidou-me para fazer o coro de uma música.
Por incrível que parece, foi uma experiência inesquecível, não imaginei que
fosse correr tão bem. Daí em diante comecei a participar em vários coros.
SAPO: Tem estado num bom momento da sua carreira, a que se deve?
Mimae: Penso que a minha maneira de ser têm ajudado neste percurso. Não é
só talento, se fosse uma cantora antipática não teria o público que tanto
adoro, por mais triste que eu esteja, tento estar sempre sorridente.
SAPO: De onde vem a inspiração? Quem faz as suas músicas?
Mimae: Eu sempre gostei da Liza James, espelho-me nela, na sua maneira de
estar. Escrevi duas músicas e não esperava que tivessem tanto sucesso. Conto
também com a colaboração de outros artistas da praça e alguns amigos.
SAPO: Já tem algum álbum?
Mimae: Ainda não tenho já editei um single. Espero brevemente lançar o meu
primeiro álbum.
SAPO: Esperava ter o sucesso que esta a ter agora?
Mimae: No princípio não, mas com o tempo comecei a ver que a bolha ia
crescendo. Hoje sei que ainda vem mais sucesso pela frente, o caminho é longo.
SAPO: Se pudesse escolher uma outra profissão qual seria?
Mimae: Acho que não há outra profissão que gostava de fazer. A música é o
meu sonho.
SAPO: Namora com o Puto Jr. como tem sido a vossa relação, músicos, famosos e
com sucesso?
Mimae: A nossa relação é normal como de qualquer jovem moçambicano. Discutimos,
brigamos, fazemos tudo que os outros fazem. Estamos juntos a 4 anos.
SAPO: O assédio das fãs não lhe incomoda? Como é que lida com estas
situações?
Mimae: Há pessoas que não gostam de namorar com figuras públicas por causa
da exposição pública. Mas antes de ser artista eu sou alguém e nem sempre somos
aquilo que aparentamos em público. Existem situações onde o Puto Jr. já foi
beijado por uma fã (risos) e é complicado de gerir estes casos. Mas eu sei qual
é o sentimento dele para com a pessoa e para comigo, é algo que aprendemos a
controlar, apesar de não ser fácil.
SAPO: Projectos futuros? Pensa só em continuar a cantar zouk?
Mimae: Só zouk não. Sou de opinião de que um músico tem que ter capacidade
de cantar qualquer estilo musical. Tanto que eu comecei a cantar hip-hop e
actualmente canto zouk. Sou aquilo que sou graças ao meu talento e a voz que
Deus me deu.
SAPO: Qual é o tipo de música ou estilo que preferem cantar?
Mimae: Gosto de cantar algo acústico, uma coisa mais calma como o soul.
SAPO: O que sente quando sobe ao palco?
Mimae: Gosto de ver a correspondência do público perante o espectáculo. Se
o público não estiver animado, isso desanima o cantor. Antes de subir ao palco
gosto de orar, peço a Deus que me acompanhe durante a actuação.
SAPO: Como avalia o estado da música em Moçambique? Vale a pena ser músico no
país?
Mimae: Acho que em primeiro lugar, nós os músicos, devíamos parar e
reflectir sobre as nossas carreiras. Antes de tudo é necessário trabalhar duro
para conquistar aquilo que queremos. Também devemos procurar ser unidos. Lembro
uma vez num show com Ary, ela disse que os músicos angolanos têm o sucesso que
tem pelo trabalho e união de todos. Nós queremos sempre fazer música com um
cantor de fora, mas porque que não fazemos isto entre nós? Acho que devemos
procurar cada vez mais fazer "featuring", não devia haver
individualismo.
SAPO: O que lhe falta conquistar?
Mimae: Acho que ainda não ganhei nada, sou um ´bebe´ que está a gatinhar. Ainda
tenho uma longa batalha pela frente, sinto que ainda não fiz nada.