Joaquim Chissano fez tal apreciação quando intervinha no Fórum Pan-africano sob o tema “Fundamentos e Recursos para uma Cultura de Paz”, que irá decorrer até ao dia 28 do corrente mês.
Segundo o interlocutor, Angola, como muitos países africanos, sofreu as agruras da guerra que destruiu famílias e infra-estruturas importantes para o desenvolvimento de uma Nação.
Assim sendo, referiu, a organização do evento vai contribuir para dinamizar a campanha da União Africana com o tema “Faça a Paz Acontecer”, iniciativa que ainda é pouco conhecida, principalmente nas comunidades rurais.
De igual modo, disse que o Fórum simboliza o comprometimento com a Paz e a ligação inequívoca com a cultura de violência que “infelizmente afecta as nossas sociedades”.
No prosseguimento, afirmou que às práticas de cultura da Paz reflectem-se no dia-a-dia em família que coexistem e partilham os mesmos espaços políticos e sociais, através dos seus respectivos sistemas de valores e formas de espiritualidade.
A cultura de paz, frisou, é um instrumento fundamental para o desenvolvimento sustentável e harmonioso dos povos africanos e no relacionamento entre Estados.
Em sua opinião, a cultura de Paz em África tornou-se importante, tendo em conta que “não aprendemos a seguir a dor nem a desgraça da guerra nos compêndios mas na experiência de guerras destrutivas cujas causas, na maioria das vezes, estavam fora do controle e domínios”, acrescentou.
As consequências dessas guerras persistem nas sociedades africanas e está convencido de que “infelizmente” ainda vão permanecer por mais algum tempo, para além das perdas humanas e materiais registados no continente.
Na mesma esteira, disse que como consequência desses conflitos assumem particular relevo as oportunidades que os países africanos perderam de se desenvolver mais cedo, com maior celeridade para construir níveis de vida mais elevados dos povos africanos.
Por isso, frisou que promover e praticar a cultura de Paz é de todo interesse de África e deve ser uma acção permanente e continua direccionada para cada um dos cidadãosafricanos, particularmente para as novas gerações e para classe política.
Em sua análise, a experiência mostra que a intolerância mútua de políticos está na base de muitos conflitos e vêm-se muitos jovens instrumentalizados por pessoas que apenas procedem interesses próprios em detrimento dos nacionais.