O ministro dos Transportes e Comunicações, Paulo Zucula, reconhece que apesar de haver um melhoramento gradual, em termos de oferta dos transportes urbanos pelas Empresas Públicas, este serviço continua longe de satisfazer as necessidades do público utente.
Zucula, que falava quinta-feira, em Maputo, na sessão parlamentar de perguntas ao Governo, disse que em 2008, as empresas públicas dispunham de um total de 105 autocarros a operarem nas cidades de Maputo, Matola e Beira, número que subiu para 136 em 2009. Em 2010 a frota passou para 195 e, em 2011, para 400.
Esta frota, segundo Zucula, veio a reduzir para 391 autocarros em 2012 com o abate de parte dos autocarros que já tinham sido adquiridos em 2006.
“Em termos de disponibilidade, se considerarmos somente os autocarros em circulação, o aumento da oferta apresenta, em média anual, 70 autocarros em 2008, 78 em 2009, 94 em 2010, 102 em 2011 e 218 em 2012”, explicou Zucula.
Este esforço, segundo o ministro, significou uma injecção por parte do Governo de mais de 1.500 milhões de meticais.
As empresas públicas registaram uma evolução em termos de passageiros transportados com as estatísticas a indicarem que em 2008 foram transportados 16.118 mil passageiros e 41.918 mil passageiros em 2012.
A agravar ainda mais a crise de transporte, segundo Zucula, a frota dos transportes públicos oferecidos pelo sector privado foi reduzindo em média 15 por cento ao ano desde 2010, como resultado do aumento dos preços dos combustíveis e serviços de manutenção.
Adicionalmente houve aumento de rotas locais onde as estradas não oferecem melhores condições de circulação, agravando ainda mais as necessidades de manutenção e diminuindo a vida útil das viaturas.
“Igualmente, o aumento da frota dos transportes públicos oferecidos pelas empresas públicas veio a acentuar a complexidade de manutenção das viaturas com exigências de maior armazenamento de peças sobressalentes e maior capacidade de gestão”, adiantou Zucula.
Para o ministro, a diferença entre os autocarros existentes e os em movimento cresce com o aumento da frota provando os desafios que se colocam à manutenção, havendo a necessidade de se prestar a este sector maior e especializada atenção.
Para melhorar a gestão, Zucula defendeu disse necessário rever o modelo financeiro das operações de transportes públicos, buscando uma nova engenharia financeira que permita que a tarifa dos transportes, ao mesmo tempo que é subsidiada, possa gerar recursos suficientes para a manutenção dos meios circulantes.
“O Governo e os transportadores realizaram um estudo que indica a existência de um desfasamento crescente entre a tarifa paga e aquela que se deveria pagar para cobrir as operações correntes, a manutenção da frota e a reposição do investimento, revelou Zucula.
E assim que, segundo o governante, os municípios de Maputo e Matola terminaram recentemente um Plano Director Integrado da gestão dos transportes públicos urbanos que congrega vias de acesso, introdução de outros modais e redefinição das rotas e concessão das mesmas.
“Trata-se de um processo dinâmico regido pelas necessidades crescentes de planeamento urbano cada vez mais integrado, tendo em conta o aumento da população e as projecções do crescimento das cidades”, concluiu o titular do pelouro dos Transportes e Comunicações.
(RM/AIM)
